sábado, 6 de setembro de 2008

Quando tudo podia ser perfeito...


Comentavam ontem os jornalistas da Rádio LAC, com indisfarçável orgulho, que, contra as expectativas pessimistas da comunidade internacional, em comparação com as eleições do Zimbabué e do Quénia, o povo mostrou a todos ser capaz de um civismo exemplar. Eu concordo. E também não há nada a apontar ao comportamento dos partidos.

Mas o dia de ontem, que tinha tudo para ficar na memória do povo como uma das datas históricas mais importantes de Angola, poderá ver a sua carga simbólica diminuida. Depois da UNITA, em poucas horas a oposição em peso reforçou a ideia de que as eleições devem, como determina a constituição, ser repetidas uma semana depois.

A Comissão Nacional Eleitoral decidiu que as eleições deviam continuar hoje. Mas, algumas horas após o reinício, algumas assembleias de voto ainda estavam paradas, e os colaboradores queixam-se que ainda nem sequer receberam alimentos. Realmente, de todos os intervenientes do processo, só um falhou, e com isso acabou por colocar um pouco em causa a imagem do país perante uma Europa arrogante, que não perde uma oportunidade para inferiorizar África (vejam-se os comentários da observadora italiana da UE). Resta agora saber qual vai ser a atitude da oposição perante as decisões da CNE.

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